Estímulos metropolitanos,
Produção
intelectual,
Faróis,
buzinas,
Imagens velozes,
Vidas em
videoclipe.
Os minutos
passam,
O trânsito
pára,
A vida
corre,
A vida;
Escorre...
A mente
dispara, a alma, se separa
Não dançam
juntas,
Frenéticas;
correm por labirintos vermelhos
Disparam
setas, tudo muito rápido
Tudo muito
intenso,
Vitrais
arabescos.
Caleidoscópios
multicores
Movendo-se
ao som da nona de Beethoven.
Até que se
deparam, mente e alma,
Com tal
imagem singela.
A música pára.
Imagens que voavam elípticas,
Dissolvem-se em fina poeira, que rápido se dispersa.
A música pára.
Imagens que voavam elípticas,
Dissolvem-se em fina poeira, que rápido se dispersa.
Lá está ela:
Permeando alvos
tecidos
Suavemente
enrugados
Por talvez
uma brisa gentil
Que se fez
sopro, para contemplar.
Lá está ela:
Olhando para
o alto talvez,
Ou talvez
apenas aproveitando o momento.
Sendo parte,
sendo “a” arte
O eterno e o
instante.
Lá está ela:
Suspirando,
como sei que está.
Aspirando o
perene,
Expirando o
efêmero.
De que outra
forma conseguiria registrar tal imagem?
E vai-se
então, minha alma se acalmando,
E se
acalmando,
E se
acalmando...
Até ficar
completamente serena!
Como essa
luz,
A teus pés.
N.a: Poema inspirado em foto de Letícia Cardoso.