sábado, 23 de junho de 2012

O paradoxo do momento, ou A arte do milésimo de segundo!

"Já conheço os passos dessa estrada..."
Assim começa "Retrato em Branco e Preto" de Chico Buarque e Tom Jobim. Há uma curiosidade sobre essa música, assisti uma entrevista de Tom certa vez, em que ele confidenciava que a letra original da música seria "Vou colecionar mais um tamanco, outro retrato em preto e branco...", mas aí alguém, que não me recordo se foi o próprio Chico, sugeriu a mudança para versão que foi gravada, acredito que todos os meus leitores conheçam. Mas não é esse o mote desse texto, e sim essa maravilhosa arte: A fotografia.
Uma amiga muito querida vem me ajudando a admirar essa arte, e conhecer alguns de seus segredos. Tenho ido à exposições, prestado atenção, e até me arrisco com algumas clicadas. Uma das exposições em que fui, justamente levado pelas mãos dela, de um fotógrafo Francês chamado Robert Doisneau, me revelou uma coisa fantástica: A fotografia é o paradoxo do momento!
Doisneau era um fotógrafo do cotidiano, vê-se claramente que a maior parte de suas fotos não são montadas, é o dia-a-dia normal, momentos que vemos às centenas todos os dias, mas que com o "olhar certo" transformam-se em arte.
Aquelas fotos contavam histórias, diziam muito sobre pessoas e coisas, tudo isso num milésimo de segundo...tempo suficiente para a luz penetrar a objetiva e causar a reação nos sais do filme. Como pode? Um momento tão rápido nos contar tanta coisa, fazer refletir, causar tanta admiração?
Algumas daquelas fotos me paralisaram, outras me hipnotizaram, outras vieram comigo, transformaram-se em reflexão.
Que todos veem o mundo de forma diferente, isso entendo, mas como alguém pode transformar momentos em arte, assim dessa forma, me deixou intrigado. Será que todos podemos também? Será que eu posso?
As fotos não falam, todos sabem disso, mas aquelas fotos diziam coisas sobre o passado, o presente, e, algumas, até sobre o futuro daquelas pessoas. Um paradoxo criado pelo artista, pois, como já disse, aquilo foi um milésimo de segundo.Não canso de me surpreender com a condição humana. O que podemos criar com nossas mentes, nossa criatividade, é fantástico. Fiquei feliz pela descoberta dessa "arte de olhar as coisas", e agora, sinceramente, vejo o mundo com outros olhos, percebendo que cada minuto pode se transformar em arte, e, quando não gosto muito do que vejo, mudo de ângulo. É um belo exercício para coração e alma!
Pense muito! Páre sempre! Olhe ao redor!
Você verá que tudo pode ser visto de mais de uma forma, pode ser a forma crua, ou você pode, simplesmente, transformar qualquer coisa em arte.

Obrigado, Letícia!


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Amar, de fato!

Amar; de fato,
Não é só sentimento,
É também um ato.
Um consentimento,
Um pressentimento,
Um arroubamento,
Muito além do tato.
A chance única,
De ver a alma
De quem nos abraça.
De tirar a túnica,
Despir-se com calma,
Diante desse enol
Que nunca se disfarça.
Que não dissimula,
Pois ninguém consegue
Distorcer a luz,
Que acalma e aquece.
Não ver a parte,
E sim o todo,
Ver o eu,
Dentro do outro.
Escrever em si,
Com o ego aberto;
“Amar:
É CERTO!”