segunda-feira, 2 de março de 2009

Wittgenstein, Lógica de Programação e Amor.

Sim, é verdade o que dizem: Estou ficando cada dia mais louco.

Nós, programadores, aprendemos desde o princípio que cada “entidade” (falando a grosso modo) em nosso trabalho, possui propriedades e métodos.

Parametrizamos, classificamos e encapsulamos. Mas sabemos muito bem, que nenhuma classe é totalmente fechada, e que sempre podemos agregar algo melhor, mais produtivo, mais interessante, mais criativo.

Não tratamos “o cliente” nem “o produto”, tratamos “cliente” e “produto”, com suas características, propriedades, métodos, parâmetros etc...

Tenho me deparado (e me batido) muito com uma entidade chamada “Amor”. Empírica aos olhos descuidados e quase uma abstração, regida por ilusões sensoriais, para os mais céticos.

Tão distante quanto a própria idea de distância e suas variantes.

Não me refiro nem tratarei de “o amor”, mas sim de “amor”. Amor com suas incríveis e paradoxais dicotomias. Amor curativo, amor doentio, amor sublime, amor abjeto, amor altruísta, amor egoísta.Enfim, essa fantástica classe chamada "amor".

Você instância seu amor, com seus parametros e seus métodos, ele é sua constante e sua variável.

O outro cria a instância de amor dele conforme seus proprios padrões.

Um não influencia (ou não deveria influenciar) o outro, eles são da mesma classe, a mesma classe paradoxal e dicotômica a que me referi, mas com métodos diferentes, e, nem sempre buscando o mesmo resultado.

O fato é que o seu amor lúdico, não pode se deixar influenciar pelo amor visceral do outro, ou ele perecerá efêmero sendo recolhido imediatamente pelo Garbage Collector.

"O que parece certo é o que é certo; conseqüentemente, não se pode mais falar do certo."

Mas as instâncias se relacionam...

Um lado humanista; no meio de tanta lógica.

Se adaptam, se conhecem, se permeiam.

E no fundo, o que realmente queremos, é que essas duas instâncias se encontrem, numa fusão que transcende a lógica, e que se unifiquem sem deixar de ser íntegras, criando uma super classe nova, cheia de propriedades e métodos inexplorados.

A super classe "Nós".





N.a:
Existe uma segunda parte deste texto, mas é tão doida que não me atrevi a publicar. Recortei daqui e guardei em arquivo. Talvez algum dia...

4 comentários:

Alessandra Pereira disse...

O amor é apenas o amor. Não se racionaliza, não se explica, apenas se vive e se permite...

Marcia G. disse...

O amor gosta de nós, gosta de andar juntinho, de mãos dadas, enlaçadinho, abraçadinho, encostar, roçar e tantas outras coisas gostosas de se fazer.

Engraçado é na nossa língua o pronome pessoal da primeira pessoa do plural ser igual ao substantivo que tantas pessoas querem desatar. Até inventaram uma santa pra isso.
Ora, pra que desatar os nós? Nós são bons assim, apertadinhos, atadinhos.
("O meu amor sozinho é assim como um jardim sem flor")

Agora, meu caro amigo, se vc considera o amor uma entidade, tudo que ele pode fazer é te assombrar.

Nunca vi nada menos entidade que o amor: ele é simples, está dentro de cada um, independe do outro, existe para sempre ou "o amor, esse sufoco,/ agora há pouco era muito,/ agora, apenas um sopro/

ah, troço de louco,/ corações trocando rosas,/ e socos"(Paulo Leminski)

Professor disse...

Passou por aqui hoje uma usuária chamada Nana Odara, e comentou algo do tipo: "Agora entendi, é só desatrar o e o nós aparece", e eu inadvertidamente perdi o comentário dela.
Quero pedir desculpas à Nana e pedir que ela apareça sempre pois todo comentário ou crítica sempra serão muito bem vindos aqui.

Rosa Maria disse...

Achei muito incrivel a inspiração deste texto, pois vc conseguiu misturar conceitos da computacao com o amor, coisa que parece tao dissociada ! Na verdade,o que todos querem é encontrar afinidades para realizarem instâncias de amor....